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A gravura em metal




Gravuras em metal de Cecília Castellini, Maria Thereza e Zeina Romcy ganham a exposição “3 Idéias”, aberta dia 08 de maio e vai até 21 de junho, no CCBNB - CaririA exposição, como já sugere o nome, abriga três idéias distintas, que levam o visitante a perceber a gravura em diversas possibilidades. Cinqüenta e nove peças compõem “3 Idéias”, sendo 57 gravuras em metal, além de uma instalação e um objeto ligados à gravura. Em 2005, a mesma exposição foi mostrada em Fortaleza, no Centro Cultural Oboé. No mesmo período, ganhou o edital de exposição do Banco do Nordeste e, agora, chega ao CCBNB- Cariri, em Juazeiro do Norte, onde permanece até o mês de junho.“Achei importante esta exposição ser realizada no Cariri pra se fazer um contraponto com a xilogravura, que é muito comum na região”, avalia o curador da mostra, Eduardo Eloy. Paralelamente à exposição, acontece uma oficina de gravura em metal, que deve apresentar esta técnica para os artistas do Cariri. A programação da oficina inclui uma introdução histórica, a fabricação de vernizes, a preparação da placa e o planejamento - água-forte, água-tinta, ponta seca e impressão sobre papel. “E os participantes ainda têm a oportunidade de visualizar uma exposição que dá uma visão panorâmica da gravura em metal”, avisa Eloy.Embora tenham pontos em comum, as gravuras de Cecília Castellini, Maria Thereza e Zeina Romcy apresentam propostas bem particulares. Para Eduardo Eloy, Zeina trata as questões estéticas da gravura observando a forma, a textura e a cor como um sentido desvelador do próprio trabalho. A este trajeto soma-se, conforme o curador, um momento cotidiano, onde a absorção do presente e o ato de fazer criam formas orgânicas e revelam uma expectativa de si própria, onde a gravação e a matéria impressa geram cores que podem ser tênues ou fortes, num processo que alterna desejo, esperança e angústia.Na obra de Maria Thereza, por sua vez, percebe-se a exploração do espaço geométrico, com ângulos que ocasionam tensões, expandindo e contendo sua poética num encontro entre a gravura tradicional e os meios eletrônicos. Este avanço, na avaliação do curador, possibilita uma visão mais ampla sobre os processos das artes gráficas. “Sua expressão conceitual aborda a realidade atual dos meios encontrados na realização de outras matrizes e impressões, que estejam ligadas às práticas tradicionais ou digitais, convergindo, assim, para formas fluíveis que nos convidam a penetrar no espaço onde não existe passividade, e sim movimentos e sensações”, diz.Já nas gravuras de Cecília Castellini, são encontradas soluções diversas para um trabalho que gera combinações múltiplas. “Começando pela gravura em metal que se dinamiza e transforma-se no produto final de um livro que nos convida a manuseá-lo e percorrer um caminho de adesivos que parecem sair do próprio livro”, comenta. A fantasia de seus desenhos dinâmicos, conforme o curador, modifica-se diante do olhar do espectador, numa constante transformação gerada por 27 pequenas chapas de metal, possibilitando emergir uma extraordinária força vital de signos e acontecimentos diferentes.A exposição também presta uma homenagem a Maria Thereza, falecida em março. Segundo Eloy, a artista teve participação efetiva com o meio artístico do Ceará e de outros locais.FICHA POR DENTRONova técnica para a ilustração de livrosA gravura em metal surge no século XV na Europa Ocidental. Num processo contrário ao da xilogravura, grava-se diretamente numa chapa de metal (latão, cobre ou zinco) com instrumentos cortantes tipo o buril ou utilizando-se de ácidos corrosivos, onde a chapa é mergulhada para o aprofundamento do traço. A prensa é uma ferramenta imprescindível para a impressão em metal, responsável por transportar a tinta da chapa para o papel. Este processo, rico em traços e texturas, veio contribuir, significativamente, com a ilustração de livros e a gravura artística.


Fonte: Diário do Nordeste

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