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Prosseguem os trabalhos de reforma dos Museus do Crato - Por: Dihelson Mendonça para o Jornal "O Estado".




Apesar das fortes chuvas ocorridas nos últimos dias em toda a região do Cariri, prosseguem em Crato os trabalhos de reforma do prédio e restauração das obras do Museu de Arte Vicente Leite.


O museu, que faz parte de um complexo arquitetônico que abriga ainda o Museu Histórico do Crato, estava passando por um processo de retelhamento, quando os construtores foram surpreendidos no último dia 20 de Abril pelas chuvas, que provocaram um buraco no forro de gesso de aproximadamente 3 metros quadrados. Em entrevista concedida ao website Blog do Crato, www.blogdocrato.com, o Sr. George Macário, Presidente da Fundação J. de Figueiredo Filho, entidade que administra o complexo de museus do Crato, a obra que se pretende realizar será a primeira grande reforma desde a conclusão do mesmo, ocorrida em 1877. De lá para cá foram feitas algumas reformas básicas, mas sem mexer na estrutura do prédio. Todo ano é realizado antes da quadra invernosa, o trabalho de retelhamento, podação, e a de desobstrução das calhas, por conta da proximidade das árvores da praça da sé com o prédio do museu, e o consequente lançamento de folhas e frutos dos oitizeiros no telhado do edifício antigo.Segundo Macário, "Esse não é o tempo de procurarmos culpados, pois a reforma que hoje está em andamento, com toda a seriedade com que enfrentamos, já poderia ter sido realizada há cerca de 40 ou 50 anos atrás", afirma o presidente da fundação, que ressalta ainda que o Museu Vicente Leite já estava desde Fevereiro último passando por um processo de restauração do seu acervo, que é um dos mais importantes do Ceará, em que são abrigadas obras de mais de 30 artistas famosos, dentre os quais, trabalhos de Sinhá D’amora, Celita Vaccani, Sansao Pereira, Bruno Donatello, Malisa, José dos Reis Carvalho, com obras do século XVIII, Vicente Leite, Alcides gomes Cruz e Bruno Pedrosa, dentre inúmeros outros.Além da idade avançada do prédio, durante os trabalhos da nova reforma, foram detectados graves erros ocorridos desde a sua construção, como por exemplo, a descoberta do uso de até 6 tipos de telhas de diferentes tamanhos, que colaboravam para aumentar a quantidade de goteiras e a umidade no interior do prédio. Algumas dessas telhas datam ainda do século XIX, e devido a seu estado de conservação e importância histórica, passarão a fazer parte do próprio acervo do museu histórico. O assoalho do pavimento superior também era de madeira, e esta já se encontrava bastante deteriorada, sendo também necessário a sua troca.Enquanto prosseguem os trabalhos de reforma do prédio sem data determinada para o seu término, os procedimentos de restauração das próprias obras do museu Vicente Leite são realizadas em local seguro, conduzidos pela artista plástica Edilma Rocha. O prefeito do Crato, Samuel Araripe já garantiu todo o apoio necessário, pois segundo afirma: "O Crato é uma cidade que abriga um patrimônio histórico e artístico incalculável, e nós enquanto administradores desta cidade que é a Capital da Cultura do Cariri, devemos apoiar todas as iniciativas no sentido de preservar a identidade cultural do nosso município. Já disponibilizamos todo o aparato necessário para que se possa realizar a reforma dentro dos padrões necessários à preservação de todo o acervo dos museus".O presidente da fundação, George Macário, salienta ainda a contribuição profissional para o empreendimento, de um dos mais renomados arquitetos da atualidade, Waldemar Farias, que se dispôs voluntariamente para ajudar no que se fizer necessário. Ainda segundo George Macário, "Para o pleno êxito deste empreendimento, é necessário contar também com o apoio de todos aqueles que são amigos do Crato, inclusive dos políticos, eleitos com os votos dos Cratenses, que deveriam se unir em torno desta causa nobre".


Dep. Ely Aguiar atende ao chamado


Em resposta a este chamado, o Deputado estadual Ely Aguiar, já se pronunciou favorável ao projeto, e garantiu total apoio à reforma, convidando o presidente da fundação a visitar o secretário de cultura do estado, Auto Filho, no sentido de garantir também o seu apoio. Macário afirma ainda que: "Este é um novo desafio para a cidade, e o momento é histórico, pois as gerações posteriores saberão o que fizemos ou deixamos de fazer quando o patrimônio histórico do município mais precisou de nós. Mas acredito que o Crato é merecedor de mais esta vitória; E somos apenas um dos instrumentos para esta realização. Vamos vencer. Somos Otimistas!"


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O prédio que hoje abriga a Fundação J. de Figueiredo Filho, entidade que administra os museus, já foi a antiga Casa da Câmara e a Cadeia do Crato. Sendo considerado um dos mais importantes prédios do estado, por seu valor histórico e arquitetônico, foi edificado no século XIX, concluído no ano de 1877 e foi tombado pelo Conselho Estadual de Preservação do Patrimônio Cultural do Ceará, em 14 de abril de 2004. No início do Século XX, já abrigava a Prefeitura Municipal, a Câmara de Vereadores, o Fórum , a Junta Militar ( no andar superior ) e a Delegacia de Polícia e Cadeia Pública ( pavimento inferior). A funcionabilidade destas instituições era precária e difícil, pois o município cratense já necessitava de estruturas maiores e melhores para o bom andamento das administrações. Entre 1967 e 1970, o então Prefeito Humberto Macário de Brito desmembrou todo o complexo e adquiriu um prédio para a atual Câmara de Vereadores, construiu o prédio da SAAEC e ao lado, reservou um pequeno espaço para a Junta Militar. Construiu o prédio da cadeia pública, e deslocou a prefeitura para um prédio alugado, enquanto era construída a sede atual, o Palácio Alexandre Arraes.Após retiradas todas as atividades administrativas e prisionais, foi criado o espaço definitivo do Museu Histórico do Crato, que antes já havia recebido os nomes de Museu de Crato, Museu Itaytera e Museu Histórico J. de Figueiredo Filho. Em 1970, foi definitivamente encampado pelo poder público, com o nome de Museu Histórico do Crato. Em 1972, foi criado o Museu de Arte Vicente Leite, durante a administração de Miguel Soares, que recepcionou o acervo provisoriamente por 37 anos.


Por: Dihelson Mendonça - Para o Jornal "O Estado".www.blogdocrato.com

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