
28ª Bienal de São Paulo sofre vandalismo e reforça segurança da mostraA 28ª Bienal de São Paulo, aberta para convidados em 25/10/08 no Pavilhão Ciccillo Matarazzo do Parque do Ibirapuera, está dando mais pano para manga do que se podia imaginar. Antes de começar, o evento já criou bastante polêmica por conta da idéia do curador Ivo de Mesquita de deixar o 2º andar inteiro do prédio vazio, sem obras de arte nesta área de 12.000 m². Assim, o evento ganhou o apelido de “Bienal do Vazio”. Agora, a novidade é a ocupação do “vazio”: em 26/10/08, data de início da mostra para o público, cerca de 40 pessoas entraram no local e picharam as paredes do 2º andar. Nenhuma obra foi danificada durante o ato de vandalismo. As paredes, pilares e corrimãos do andar foram pichados. Na ocasião, entre os presentes na mostra, o ato foi aplaudido por alguns e renegado por outros. Houve confronto entre seguranças e pichadores. Cerca de 20 vândalos quebraram uma das vidraças e fugiram, e os demais foram detidos pelos seguranças e por policiais. No final, quem paga o pato é o público, porque a partir de 28/10/08 os visitantes passarão por detectores de metal e terão que deixar mochilas e bolsas grandes no guarda-volumes do prédio. A medida foi anunciada pela Fundação Bienal por meio de nota. A ação de um grupo de coladores de stickers, que colou adesivos nas colunas do mesmo 2º andar em 23/10/08, não foi comentada pela instituição na nota. A Bienal fica em cartaz até 06/12/08, com entrada franca. Leia abaixo a íntegra do comunicado da organização da 28ª Bienal: São Paulo, 27 de outubro de 2008. A Fundação Bienal de São Paulo e a curadoria da 28ª Bienal de São Paulo lamentam e condenam a invasão e o vandalismo ocorridos no Pavilhão Ciccillo Matarazzo, no Parque Ibirapuera, no último domingo, 26 de outubro de 2008. Trata-se de um ato criminoso, previsto em lei, contra um patrimônio público, o edifício da Bienal, o meio ambiente, a área preservada do Parque Ibirapuera, além de graves agressões físicas a funcionários trabalhando no evento. Embora já tivéssemos sido informados da possibilidade de um ataque desse tipo, em respeito ao público visitante, havíamos optado por manter uma segurança menos ostensiva, além da colaboração de profissionais preparados para a mediação com o público por meio dos serviços educativos. Ainda assim, foram graças à eficiência da segurança contratada e ao apoio dos educadores que esse bando de criminosos não logrou maiores danos em relação às obras expostas. Depois do ocorrido, fomos obrigados a alterar e reforçar o esquema de segurança. Causa-nos profunda surpresa e pesar, ver que no momento em que a exposição Bienal se propõe como um espaço democrático, aberto ao público, hospitaleiro, recebamos uma manifestação completamente contrária a esse espírito. O vandalismo causado pela atitude autoritária e agressiva desses jovens representa uma ameaça à constituição de um espaço público coletivo, que respeite a integridade de cada cidadão e o patrimônio material e simbólico da nossa cultura. A atuação do grupo repetiu o mesmo padrão de ataques anteriores realizados na Faculdade de Belas Artes e na Galeria Choque Cultural, ambas em São Paulo, mas, diferentemente do que ocorreu nessas ocasiões, eles não conseguiram destruir nenhuma obra. Duas pessoas foram detidas e poderão sofrer duras penalidades. A Fundação Bienal de São Paulo e a curadoria da 28ª Bienal de São Paulo pedem a compreensão do público visitante da mostra, pois somos obrigados pelo autoritarismo e violência desses criminosos, a implementar medidas de segurança e controle do público visitante. Portanto, a fim de evitarmos transtornos e embaraços, pedimos a gentileza de que os visitantes não venham com bolsas grandes (mochilas são guardadas obrigatoriamente), pois elas terão de ficar no guarda-volumes. Todos os visitantes deverão passar por detectores de metal e, quando solicitados, poderão ser inquiridos sobre possíveis pertences metálicos que estejam portando. A 28ª Bienal de São Paulo estará aberta normalmente ao público, amanhã, terça-feira, a partir das 10h, sem qualquer alteração em sua programação. Fundação Bienal de São Paulo Curadoria da 28ª Bienal de São Paulo: "Em Vivo Contato".
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